o tempo é de pedra e corta — preciso
feito lâmina
e a pele fina treme
ao sopro do vento
por isso canta rios onde se espelha
águas serenas antes
dos pés
tocarem o fundo
em busca do rosto
que a cada passo se afasta
enquanto
o sangue tinge as águas de vermelho
sem ser tempo de amoras
de barro e pedra
nydia bonetti
que o sangue escoe
quente viscoso fosco. no humano fosso
. . . . . . . . . . . . . ..(indecifráveis cantos)
que fragmente a bomba e fira
olhos e bocas
e que se rasguem bandeiras — inúteis
tecidos fronteiras
tudo parece arder — então por que
poetas apenas ousam tocar
nos visgos dos corpos no fogo das suas
próprias peles
. . . . . . . . . . . . . . ..(devassa inocência)
e dormem — .imersos em seus silêncios
quente viscoso fosco. no humano fosso
. . . . . . . . . . . . . ..(indecifráveis cantos)
que fragmente a bomba e fira
olhos e bocas
e que se rasguem bandeiras — inúteis
tecidos fronteiras
tudo parece arder — então por que
poetas apenas ousam tocar
nos visgos dos corpos no fogo das suas
próprias peles
. . . . . . . . . . . . . . ..(devassa inocência)
e dormem — .imersos em seus silêncios
cultivo tulipas em pleno abril — sei que não vingam
mas quem — vai me impedir de sonhar
com a improvável lágrima-flor
de Ferhad?
procurei no deserto a pérola — e quase pude vê-la
nos dromedários olhos das miragens
das tempestades de areia — vi surgir — o pássaro
que me contou segredos da terra
da invertida negra-flor — onde a pedra — é utopia
e a dor — fecunda
mas quem — vai me impedir de sonhar
com a improvável lágrima-flor
de Ferhad?
procurei no deserto a pérola — e quase pude vê-la
nos dromedários olhos das miragens
das tempestades de areia — vi surgir — o pássaro
que me contou segredos da terra
da invertida negra-flor — onde a pedra — é utopia
e a dor — fecunda
caminho arranhando meus pés sobre as pedras
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .quentes
gosto do som das rodas que se arrastam sobre
concreto
. . . . . . . . . . . fatídicas vias
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (de fato)
gosto de ouvir o som da vida – eterno arrastar
se sobre
. . . . . . . tudo
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .quentes
gosto do som das rodas que se arrastam sobre
concreto
. . . . . . . . . . . fatídicas vias
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . (de fato)
gosto de ouvir o som da vida – eterno arrastar
se sobre
. . . . . . . tudo
além da janela, um mundo. que desconheço
sei que existe pois
vejo a estrada — rasgo de concreto
áspero infecundo
que sob o sol transpira — como num deserto
- - - - - - - - - - - - - - - há certa beleza em tudo
no acostamento um outro
mundo
homens suados em seus aros metálicos
pedais que movem rodas
e tudo gira
bugios atônitos vindos da mata revolvida
tentam
cruzar a linha morte/vida que desconhecem
- - - - -o campo de rosas vermelhas parece delírio
cavalos de silêncio galopam planícies
então — tudo é vertigem e é tudo que sei
além da curva rude há céu — que eu vi
errático pássaro vindo de lá
olhos de água — rasos — asas em chamas sem
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -- cantar
sei que existe pois
vejo a estrada — rasgo de concreto
áspero infecundo
que sob o sol transpira — como num deserto
- - - - - - - - - - - - - - - há certa beleza em tudo
no acostamento um outro
mundo
homens suados em seus aros metálicos
pedais que movem rodas
e tudo gira
bugios atônitos vindos da mata revolvida
tentam
cruzar a linha morte/vida que desconhecem
- - - - -o campo de rosas vermelhas parece delírio
cavalos de silêncio galopam planícies
então — tudo é vertigem e é tudo que sei
além da curva rude há céu — que eu vi
errático pássaro vindo de lá
olhos de água — rasos — asas em chamas sem
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -- cantar
um peixe negro e sem escamas, vindo do abismo do meio
(pois que no abismo profundo os seres transparecem)
de olhos brilhantes
e amarelos
num galope certeiro (marinho que é)
cavalo
atravessou seu dia
desde então, seus olhos simples
transitam
entre claros e escuros tons do mesmo incerto azul
e a água doce (cristalino lago) virou mar salgado
que inunda
sua face de areia e pedra, sob este céu vermelho antigo
reflexo
dos seus cinquenta e quatro sóis que rumam
em direção à Hidra
(pois que no abismo profundo os seres transparecem)
de olhos brilhantes
e amarelos
num galope certeiro (marinho que é)
cavalo
atravessou seu dia
desde então, seus olhos simples
transitam
entre claros e escuros tons do mesmo incerto azul
e a água doce (cristalino lago) virou mar salgado
que inunda
sua face de areia e pedra, sob este céu vermelho antigo
reflexo
dos seus cinquenta e quatro sóis que rumam
em direção à Hidra
a cidade destila restos de noite
suor. saliva. sangue. sêmen
e alguma lágrima
chorume
que corre nas esquinas
no meio-fio
e quando fizer sol, tudo evapora
(se fizer chuva
escorre)
vai se juntar ao lodo
no subsolo
da grande metrópole
submundo
do sub.mundo. e o dia segue
fantasia
baile de máscaras:ruídos:lanças
perfumes — pedras
suor. saliva. sangue. sêmen
e alguma lágrima
chorume
que corre nas esquinas
no meio-fio
e quando fizer sol, tudo evapora
(se fizer chuva
escorre)
vai se juntar ao lodo
no subsolo
da grande metrópole
submundo
do sub.mundo. e o dia segue
fantasia
baile de máscaras:ruídos:lanças
perfumes — pedras
nas verdades que canta, a força do poema
que pedra seja
pedra
e vento seja
... vento
que seja eterno enquanto
cascalho e ventania
que se sopre e que se pise — caminho
alento
brisa
dia
de olhos secos e chão
nenhum
diga de nós (busca e retrato)
do que sai pelos olhos — palavra
feito carne
solidez de vento
invisível pedra
que seja
a mais precária das verdades
- - - - - - - - - - - em que ainda acredito
que pedra seja
pedra
e vento seja
... vento
que seja eterno enquanto
cascalho e ventania
que se sopre e que se pise — caminho
alento
brisa
dia
de olhos secos e chão
nenhum
diga de nós (busca e retrato)
do que sai pelos olhos — palavra
feito carne
solidez de vento
invisível pedra
que seja
a mais precária das verdades
- - - - - - - - - - - em que ainda acredito
a torre no alto da montanha parece ter vida
sentinela que a si mesmo se guarda
há algo de humano nos metais (incerto brilho)
a superfície térmica, feito pele
olhos de espelho a refletir o sol
(relâmpagos)
a imobilidade que aprisiona
o sonho de ter asas, quando o pássaro pousa
leve feito pluma
a ilusão do aconchego
quando um ninho se faz
entre as hastes frias
a precária condição de saber-se ao relento
nos temporais
a solidão que nos irmana
nas noites longas. homem, ave, peixe - terra
(e seus mil tons). pedra - vertigem de ser
efêmero. e o vento ...o vento
sentinela que a si mesmo se guarda
há algo de humano nos metais (incerto brilho)
a superfície térmica, feito pele
olhos de espelho a refletir o sol
(relâmpagos)
a imobilidade que aprisiona
o sonho de ter asas, quando o pássaro pousa
leve feito pluma
a ilusão do aconchego
quando um ninho se faz
entre as hastes frias
a precária condição de saber-se ao relento
nos temporais
a solidão que nos irmana
nas noites longas. homem, ave, peixe - terra
(e seus mil tons). pedra - vertigem de ser
efêmero. e o vento ...o vento
um pássaro
vindo do interior das minhas misérias
pousou na janela
vulnerável e frágil
ensaiou um canto
porém, foi traído pelo esquecimento
não sabe mais cantar
tenta voar em busca
do claustro de onde veio, mas
se perdeu
no labirinto da memória mais
distante
(apagada trilha)
não encontrou o caminho de volta
imóvel e mudo, me fita
penas encharcadas
das chuvas do caminho
(impossíveis sóis)
dos seus olhos de pedra
oscilam fachos : pequenos : de ternura
réstias de luz
na noite interminável
vindo do interior das minhas misérias
pousou na janela
vulnerável e frágil
ensaiou um canto
porém, foi traído pelo esquecimento
não sabe mais cantar
tenta voar em busca
do claustro de onde veio, mas
se perdeu
no labirinto da memória mais
distante
(apagada trilha)
não encontrou o caminho de volta
imóvel e mudo, me fita
penas encharcadas
das chuvas do caminho
(impossíveis sóis)
dos seus olhos de pedra
oscilam fachos : pequenos : de ternura
réstias de luz
na noite interminável
ah... se soubessem
de que lugar sombrio
brotam os versos
[... ainda fosse terra
— é casa
vazia
manhã
com pedregulhos
atirados no lago:
circula dor...]
as vozes se calaram
nem mesmo o nome
— o único
que distingo
me chama
fim do delírio
início do silêncio
real, palpável, ríspido
— cicatriz
na face quente
e sonolenta da tarde
de que lugar sombrio
brotam os versos
[... ainda fosse terra
— é casa
vazia
manhã
com pedregulhos
atirados no lago:
circula dor...]
as vozes se calaram
nem mesmo o nome
— o único
que distingo
me chama
fim do delírio
início do silêncio
real, palpável, ríspido
— cicatriz
na face quente
e sonolenta da tarde
faço versos porque já morri (tanto e tantas vezes)
mas não encontro o caminho de casa
onde era mesmo que eu morava?
no acaso me lanço
no espaço em branco longe dos apegos
flutuo
há uma curva no rio – havia mesmo um rio?
tinha botas de sol – ainda tenho pés?
há um lugar onde as almas se encontram
os corpos são frascos de vidro (não eram vasos
de barro?)
que contêm a flor
há janelas que nunca se abriram
podia ouvir teu sopro – havia mesmo o vento?
ao menos uma carta eu poderia ter escrito
na próxima esquina quem sabe
no próximo verso
mas não encontro o caminho de casa
onde era mesmo que eu morava?
no acaso me lanço
no espaço em branco longe dos apegos
flutuo
há uma curva no rio – havia mesmo um rio?
tinha botas de sol – ainda tenho pés?
há um lugar onde as almas se encontram
os corpos são frascos de vidro (não eram vasos
de barro?)
que contêm a flor
há janelas que nunca se abriram
podia ouvir teu sopro – havia mesmo o vento?
ao menos uma carta eu poderia ter escrito
na próxima esquina quem sabe
no próximo verso
há no fundo de todo verso uma dor — latente
ou detonada
exposta
ou. travestida de tintas outras
muito bem ancorada
num ângulo
que se requer exato
protendida linguagem que se traciona
no limite do som — e do sentido
volumetrias
imensos vãos (escoras : nenhuma)
risco iminente de ruptura. ou. solidez de pedra
ou detonada
exposta
ou. travestida de tintas outras
muito bem ancorada
num ângulo
que se requer exato
protendida linguagem que se traciona
no limite do som — e do sentido
volumetrias
imensos vãos (escoras : nenhuma)
risco iminente de ruptura. ou. solidez de pedra
há em tudo um estado de florescer
até que o outono desfaça
- - - - - - línguas fumaça olhos de amêndoas doces
em tudo que nãocanto
certo
assombro
e as seriemas insistem em seus berros
de barro sobre
telhados
- - - - - - tudo podia ser não foi porque não sei
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -quem sabe?
a lua faz a noite padecer de claridades nuas
quintais cinzentos onde moram cães
sou feliz - colho goiabas gigantes
no muro regado à musgo e trilha
de caracóis
- - - - - - bichos de fogo incandescentes caminham
- - - - - - sobre
- - - - - - meus olhos
o mundo podia se chamar hospício lunar
cemitério de naves espaciais
onde só eu
não embarquei
- - - - - -objetos metálicos eternamente em chamas
nesse planeta supostamente azul
aquário
onde o destino de tudo parece ser vermelho
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -arder
até que o outono desfaça
- - - - - - línguas fumaça olhos de amêndoas doces
em tudo que nãocanto
certo
assombro
e as seriemas insistem em seus berros
de barro sobre
telhados
- - - - - - tudo podia ser não foi porque não sei
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -quem sabe?
a lua faz a noite padecer de claridades nuas
quintais cinzentos onde moram cães
sou feliz - colho goiabas gigantes
no muro regado à musgo e trilha
de caracóis
- - - - - - bichos de fogo incandescentes caminham
- - - - - - sobre
- - - - - - meus olhos
o mundo podia se chamar hospício lunar
cemitério de naves espaciais
onde só eu
não embarquei
- - - - - -objetos metálicos eternamente em chamas
nesse planeta supostamente azul
aquário
onde o destino de tudo parece ser vermelho
- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -arder
meus versos navegam mares que não navegarei
mergulham
Tejos que não pisei
vislumbram / torres / caravelas
Beléns
— é fado
outros caminham por entre flores
Toscanas/ Pietras / Santas
(as pedras no caminho original)
castelos de areia
procissão noturna – fogaréu
moinhos de trigo e vento
e os meninos correm
vejo tudo tão claro — com meus olhos atávicos
mergulham
Tejos que não pisei
vislumbram / torres / caravelas
Beléns
— é fado
outros caminham por entre flores
Toscanas/ Pietras / Santas
(as pedras no caminho original)
castelos de areia
procissão noturna – fogaréu
moinhos de trigo e vento
e os meninos correm
vejo tudo tão claro — com meus olhos atávicos
véus que encobrem rostos
corpos vestidos
os ossos do cão no colo
da moça
a placa sinaliza – retorno
caramujos sobre
concreto
(o menestrel vigia)
o menino quase rei
balões coloridos
sobrevoam fios
borboletas nos olhos
o homem velho
é vulto refletido na noite
os lábios rosas
ferrugem
no arame farpado
a pedra cinza
a casa de pau
a pique
(o coração nas mãos)
um anjo se ajoelha
as flautas de silêncio
último dos sonhos
Veneza
o rio - corre lento e azul
eu
à margem:apenas observo
corpos vestidos
os ossos do cão no colo
da moça
a placa sinaliza – retorno
caramujos sobre
concreto
(o menestrel vigia)
o menino quase rei
balões coloridos
sobrevoam fios
borboletas nos olhos
o homem velho
é vulto refletido na noite
os lábios rosas
ferrugem
no arame farpado
a pedra cinza
a casa de pau
a pique
(o coração nas mãos)
um anjo se ajoelha
as flautas de silêncio
último dos sonhos
Veneza
o rio - corre lento e azul
eu
à margem:apenas observo
vejo-te futuro
nariz colado na vidraça. ofega
embaça
a qualquer custo queres entrar
fecho cortinas
são finas
tempo.cavalo.branco – te vejo
tens asas
desejos. nos olhos
fecho janelas. ainda
te ouço. bater de cascos sobre
pedras. faíscas
refletem. na noite
(não sei por quanto tempo
as paredes resistem)
já posso ver as trincas. e a casa
treme. num último
e assombroso relinche
antes do amanhecer. e o cavalo
dorme
nariz colado na vidraça. ofega
embaça
a qualquer custo queres entrar
fecho cortinas
são finas
tempo.cavalo.branco – te vejo
tens asas
desejos. nos olhos
fecho janelas. ainda
te ouço. bater de cascos sobre
pedras. faíscas
refletem. na noite
(não sei por quanto tempo
as paredes resistem)
já posso ver as trincas. e a casa
treme. num último
e assombroso relinche
antes do amanhecer. e o cavalo
dorme
quando a noite me olha, na sua hora mais escura
e o silêncio me encara
com seu olhar de pedra
e murro
----------------paraliso
pela vidraça
negra chuva de ferpas e granizo
estilhaços de vidro
e vento
tentam furar meus olhos
----------------aquários vazios
onde o último peixe
morreu de medo e sede
do imaginário gato - olhos de fogo e faca - fera
que jamais existiu
e o silêncio me encara
com seu olhar de pedra
e murro
----------------paraliso
pela vidraça
negra chuva de ferpas e granizo
estilhaços de vidro
e vento
tentam furar meus olhos
----------------aquários vazios
onde o último peixe
morreu de medo e sede
do imaginário gato - olhos de fogo e faca - fera
que jamais existiu
cheguei a pouco do fundo do rio
(andei em busca
do que em terra não encontro)
tenho agora
a pele coberta de escamas
e lodo
e os olhos verdes
do limo / dos olhos / dos peixes
vieram pássaros / tentaram
me levar
(a imagem da superfície
era apenas reflexo)
silencioso e calmo / segue / o rio
no fundo
todas as pedras são roladas
e os olhos / dos peixes / refletem
pedras e sombras
de árvores que não toquei
o vento / a folha / o vento
e a garça
finalmente mergulha e me resgata
(andei em busca
do que em terra não encontro)
tenho agora
a pele coberta de escamas
e lodo
e os olhos verdes
do limo / dos olhos / dos peixes
vieram pássaros / tentaram
me levar
(a imagem da superfície
era apenas reflexo)
silencioso e calmo / segue / o rio
no fundo
todas as pedras são roladas
e os olhos / dos peixes / refletem
pedras e sombras
de árvores que não toquei
o vento / a folha / o vento
e a garça
finalmente mergulha e me resgata
desidrata o poema em minha boca
chega em tons de verde vivo — que logo se
desmancha
há um sol dentro de mim
que teima
em nunca se pôr
um vento que não cessa e sopra
a palavra seca
que cola no papel feito casca de ferida
(ou de árvore antiga
minhas flores são cactos
solo arenoso pontuado de pedras.
tudo mais são delírios : imagens no espelho
fantasia
chega em tons de verde vivo — que logo se
desmancha
há um sol dentro de mim
que teima
em nunca se pôr
um vento que não cessa e sopra
a palavra seca
que cola no papel feito casca de ferida
(ou de árvore antiga
minhas flores são cactos
solo arenoso pontuado de pedras.
tudo mais são delírios : imagens no espelho
fantasia
esta cidade não é minha. não me pertence
a dureza angular das esquinas
nem a parábola das pedras que piso
as luzes
enquadradas no concreto perfeito
não
nem o chorume que escorre
de olhos e gretas
negras sarjetas
nem
antigo e lento carregar de casas sobre
as costas
pesado fardo
animal
este arrastar-se sobre trilhas de caramujos
em busca
da cidade improvável:- faro ancestral
o rumo — e a que se destinam — apenas
pressentem.
a dureza angular das esquinas
nem a parábola das pedras que piso
as luzes
enquadradas no concreto perfeito
não
nem o chorume que escorre
de olhos e gretas
negras sarjetas
nem
antigo e lento carregar de casas sobre
as costas
pesado fardo
animal
este arrastar-se sobre trilhas de caramujos
em busca
da cidade improvável:- faro ancestral
o rumo — e a que se destinam — apenas
pressentem.
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